O Home office hoje é um dos grandes temas quando o assunto é trabalho do futuro. E como o assunto é relativamente recente no Brasil, acho importante esclarecer certos pontos – e até mitos – sobre o trabalho realizado remotamente.
1. Home office não significa trabalho em casa
Apesar desta ser a tradução literal do termo, no Brasil ele define de forma genérica o trabalho que é realizado em espaço alternativo ao escritório da empresa. Este local pode ser – ou não – o escritório em casa. Uma pessoa pode trabalhar “home office” em cafés, hotéis, aeroportos, táxis, parques…ou em casa.
Os termos mais exatos para definir esta modalidade de trabalho são: trabalho remoto, teletrabalho, trabalho à distância, ou o que acredito ser o mais adequado, trabalho portátil.
2. Não é para todo mundo
Em primeiro lugar, a empresa onde ele trabalha deve possuir um programa que permita esta modalidade. Ou ter planos de implementar um piloto.
Depois, existe a restrição de atividades. Algumas tarefas exigem que o colaborador vá até o local de trabalho todos os dias da semana. Isso ocorre quando as ferramentas que ele utiliza para executar seu trabalho não podem ser retiradas da empresa (por não serem portáteis, serem perigosas ou sigilosas). Outro motivo é quando o trabalhador depende da interação exclusivamente presencial com outras pessoas, de dentro ou de fora da empresa, todos os dias da semana.
E, finalmente, existe a regra dos três perfis: ambiente de trabalho, família e colaborador devem possuir as características necessárias para que o teletrabalho seja realizado de forma adequada e producente. Um profissional que é movido a chefe, montou seu home office na cozinha ou não tem uma família colaborativa, por exemplo, terá dificuldade para trabalhar remotamente.
Existem duas maneiras de efetivamente trabalhar em casa: como empreendedor/autônomo, ou como contratado de uma empresa. Se você pretende abrir uma empresa home based, ou trabalhar em casa como autônomo, prepare-se para muita dedicação. Quem é seu próprio chefe sabe muito bem que o expediente não acaba no final do dia e a semana muitas vezes não termina na sexta-feira.
Se você trabalha em casa para uma empresa, a chance é grande de que também passe a trabalhar mais do que no escritório tradicional, já que as horas antes perdidas no trânsito acabam sendo revertidas em mais produtividade. Além disso, no trabalho remoto não existem as pausas para o cafezinho ou as interrupções dos colegas: trabalha-se de forma mais contínua e, portanto, mais intensa.
4. Nem todo dia é dia de home office
Isto não significa, claro, que seja necessário colocar terno e gravata todos os dias. O importante é trabalhar com uma roupa confortável, mas que transmita uma atitude profissional para si mesmo e para os outros. Inclusive preparando o colaborador para atender a uma eventual reunião de última hora por vídeo-conferência. Camisa pólo e jeans, por exemplo, são coringas. Maquiagem leve para as mulheres e barba aparada para os homens também ajudam na inspiração e na motivação.
Mas para funcionar com produtividade, o home office exige um grande auto controle e uma dose extra de disciplina. Disciplina para lidar com “tentações” como a geladeira e a TV a dez passos de distância, disciplina para saber a hora de começar e de terminar o expediente, disciplina para organizar o espaço de trabalho e para gerenciar o andamento de suas tarefas e não se perder nos prazos.
Além disso, trabalhar em casa pode gerar uma sensação de isolamento, problemas familiares e queda de concentração por conta de ruídos domésticos, distrações, demandas de filhos e cônjuges.
Felizmente, a maioria dos desafios do home office têm solução fácil e rápida.
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